sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Advogado de Youssef diz que há provas de relação entre Dirceu e Júlio Camargo

O advogado Antônio Figueiredo Basto, que representa o doleiro Alberto Youssef, disse hoje (13) que há provas sobre a relação entre o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo e o ex-ministro José Dirceu. Ontem (12) a advogada de Camargo e a assessoria de Dirceu repudiaram as acusações do doleiro, sem a apresentação de provas. Youssef está presente hoje na audiência em que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa depõe na Justiça Federal em Curtiba.
Em depoimento de delação premiada à força-tarefa de investigadores da Operação Lava Jato, Youssef declarou que entregou dinheiro no escritório de Camargo em São Paulo e que a quantia "servia para pagamentos da Camargo Corrêa e Mitsui Toyo ao PT, sendo que as pessoas indicadas para efetivar os pagamentos à época eram (o tesoureiro do PT) João Vaccari e (o ex-ministro) José Dirceu."
Para justificar as acusações, o doleiro disse ter "convicção de que os valores eram destinados ao PT e à Diretoria de Serviços da Petrobras, na pessoa de Renato Duque.
De acordo com Basto, as acusações de Youssef não se baseiam apenas em declarações. "Isso é uma questão que tem que ser debatida nos autos, Eu tenho certeza que meu cliente (Youssef) está falando a verdade. Nós temos provas disso aí. Não é só a voz de meu cliente, há quebra de sigilos e  outros indícios documentais. Não é só falar. A colaboração de meu cliente foi homologada pelo Supremo. Se não houvesse uma prova contundente isso não seria homologado.", disse Basto.
O advogado também não descartou uma acareação entre o doleiro e as pessoas citadas nos depoimentos. "O confronto vai ter que existir, inclusive pelo número de colaboradores que existem. Tenho certeza que vai chegar uma hora que a gente vai ter que acarear todos esses caras para ver quem está falando a verdade", sugeriu Basto.
Em nota à imprensa, o ex-ministro José Dirceu repudiou as declarações de Yousseff de que teria envolvimento com Julio Camargo ou com empresas investigadas pela Operação Lava Jato. Ele negou ter representado o PT em negociações com Camargo ou construtoras e disse que depois que deixou a chefia da Casa Civil, em 2005, sempre viajou em aviões de carreira ou por empresas de táxi aéreo. A nota também destaca a ausência de provas das acusações.
A advogada Beatriz Catta Preta, que representa Júlio Camargo, também divulgou nota na qual afirmou que as declarações de Youssef são "temerárias porque absolutamente inverídicas".  Segundo ela, todos os fatos que eram de conhecimento de Camargo foram delatados aos investigadores e não há pendendências.
Beatriz também esclareceu o suposto uso do jatinho. Segundo ela, a TAM administrava o afretamento do avião e recebia os valores dos deslocamentos.
"Já quanto à ilusória e absurda conclusão de que o Sr. Julio Camargo tenha uma relação 'muito boa' com o Sr. José Dirceu, apenas porque este teria viajado em avião de sua propriedade, deve ser esclarecido que a aeronave em questão, qualificada como taxi aéreo, era deixada sob a administração da TAM, a qual tem o dever de cuidar da manutenção, hangarm e afretamento da mesma. Isso significa que, ao haver interessados no afretamento da aeronave, a TAM apenas pergunta ao proprietário se utilizará o avião naquele período ou não", disse a advogada.
A defesa de Renato Duque nega que ele tenha recebido valores indevidos durante o período em que esteve na Diretoria de Serviços da Petrobras.
Citados na delação premiada de Pedro Barusco, João Vaccari e o PT rechaçam as declarações sobre recebimento de valores indevidos. No entendimento do partido, as declarações de irregularidades são para envolver a legenda em acusações sem provas ou indícios e não merecem crédito.
Em nota, a secretaria de Finanças do PT afirma que todas as doações recebidas pelo partido foram feitas dentro da lei e declaradas à Justiça. "A afirmação de Youssef causa profunda estranheza, pois sua contadora, Meire Bonfim Poza, declarou à CPI Mista da Petrobras, no último dia 8 de outubro, que não conhece e que nunca fez transações financeiras com Vaccari Neto", declarou o partido.

Dilma passa o carnaval na Base Naval de Aratu

A presidenta Dilma Rousseff embarcou hoje (13) no fim da manhã para a Base Naval de Aratu, na Bahia. Mais cedo, Dilma recebeu o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeir, no Palácio do Planalto.
Por volta de 11h20, ela deixou o palácio de helicóptero rumo à Base Aérea de Brasília, onde embarcou para a Bahia. A previsão é que a presidenta chegue a Salvador às 12h, no horário local.
Dilma vai passar o feriado na base naval, acompanhada de parentes, e deve retornar a Brasília na quarta-feira (18). A Base Naval de Aratu tem sido o destino escolhido pela presidenta para descanso em feriados e recessos. No inicio de janeiro, Dilma passou alguns dias na região, logo após tomar posse para o segundo mandato.



Folga de carnaval dos deputados vai durar 11 dias

Após três dias intensos de votações na semana de pré-carnaval, a Câmara dos Deputados vive um dia de calmaria com apenas 62 parlamentares na Casa se revezando na tribuna da sessão não deliberativa. Os deputados terão pela frente 11 dias de folga e só voltarão a Brasília no dia 24.

Nos primeiros dias da "era" Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o novo presidente impôs um ritmo de votações acelerado e, com pouca tolerância aos deputados faltosos, o quórum vem se mantendo alto. Na segunda-feira, 9, dia sem sessões deliberativas, 464 estiveram presentes. O pico do quórum da semana foi na terça-feira, 10, com 492 deputados. Ontem, 487 foram ao trabalho.

Cunha elogiou o quórum elevado na última terça-feira. "Isso mostra que a Câmara dos Deputados quer e vai trabalhar nesta Legislatura. Muito obrigado à Casa por todo este esforço", declarou o presidente no final da votação do Orçamento Impositivo.

A semana foi marcada pela aprovação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo, a votação da lei da biodiversidade e a instalação da Comissão Especial para discutir a Reforma Política. A última sessão deliberativa da semana foi encerrada na manhã de ontem com a aprovação do projeto que trata da jornada de trabalho dos caminhoneiros.

Na última semana de fevereiro, Cunha analisará os oito requerimentos de instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) que aguardam autorização. O último pedido foi protocolado ontem pelo ex-líder do PT, Vicentinho (SP), requerendo apuração das denúncias de falta e deficiência de órgãos públicos no atendimento de mulheres em situação de violência.

O presidente só deliberou até o momento sobre a criação da CPI da Petrobras, que deverá ser instalada no retorno do carnaval. Alguns partidos, como o PT, ainda não encaminharam a indicação de seus representantes. Cunha poderá fazer as indicações nos casos onde não houver o encaminhamento das bancadas.

No dia 26 já está marcada a reunião dos líderes partidários para definição dos comandos das 22 comissões temáticas. A mais importante delas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ficará com o maior bloco da Casa, liderado pelo PMDB.